Madrugada de quinta - Fábio Bolba


É madrugada de quinta,
E o sono não me encontrou,
Passa de meia-noite e trinta,
E mais um dia se arrastou.

É frio do mês de julho,
Na madrugada apavorante,
A solidão açoita o orgulho,
O silêncio se faz redundante.

Enrolado ao cobertor no escuro,
Sufocado, entregue ao desatino,
Calado e um tanto inseguro,
Amedrontado feito menino.

O quarto um diminuto espaço,
A cama imensa continua deserta,
Na vida que falta um pedaço,
Da vida agora tão incerta.

E eu aqui deitado desamparado,
De saudade o coração se exalta,
Mais uma noite sem você do meu lado,
Não durmo sentindo sua falta.


                                    Fábio Bolba
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Vida boêmia - Fábio Bolba


Fumo e bebo quantias satisfatórias,
Boêmio perdido, resultante de uma decepção,
Num lento trago a derradeira rogatória,
Num longo gole um brinde a solidão.

Vivo os prazeres dessa existência airada,
Aspiro vícios que no fundo me salvaram,
Sou resquícios de uma vida outrora regrada,
O excedente das dores que me moldaram.

Vadio, com estórias vergonhosas,
Sou amante da noite, refém da ocasião,
Descrevo em versos, também em prosas,
Trajes sórdidos do que restou da emoção.

Eloquente orador que aos poucos perde a voz,
Suicida confesso, que nem sempre foi assim,
De coração partido por um sentimento atroz,
Apegado aos vícios que cuidaram de mim.

Sou jardim que há tempos não pode mais medrar,
Ressequido e cheio de espinho sem chamar atenção,
Envolto nas consequências de para o amor se entregar,
Não posso mais amar, pois há tempos levaram meu coração.


                                    Fábio Bolba
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Por favor, não me esqueça - Fábio Bolba


Onde quer que esteja,
Por favor, não me esqueça,
Com quem quer que esteja,
O que quer que aconteça.
Não me esqueça, por favor,

Quero sempre habitar teu pensamento,
Acreditar que também pensa em mim,
Quero sempre habitar teu sentimento,
Sentir que sente o mesmo por mim.

Onde quer que esteja,
Por favor, não me esqueça,
Mesmo que não ouça, não me veja,
O que quer que aconteça.
Não me esqueça, meu amor,

Mesmo que outro amor te faça feliz,
Não se esqueça do quanto te amei,
Mesmo que faça um pouco do muito que fiz,
Ainda será pouco perto do que farei.

Passe o tempo que passar,
Não me esqueça, por favor,
Meu sentimento não vai mudar,
Não me esqueça, meu amor.

Me leve no coração para onde for,
Onde estiver, estarei com você,
Não me esqueça, por favor,
Pois meu coração recusa te esquecer.


                                      Fábio Bolba
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O que dizer? - Fábio Bolba


O que dizer que já não tenha dito?
Do coração ferido?
Do desamor vivido?
Do tempo perdido?

O que dizer que já não tenha ouvido?
Do sonho esquecido?
Do sentimento envolvido?
Do amor sucumbido?

O que dizer que já não seja repetitivo?
Do choro contido?
Do desejo nutrido?
Do carinho sentido?

O que dizer que seria o fim da agonia?
Dizer que sinto saudades, bastaria?
Se dissesse que ainda amo, ouviria?
Repetir o que foi dito, de volta a traria?


                            Fábio Bolba

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Essa solidão - Fábio Bolba


Que seja passageira essa solidão,
Pois sinto falta de carinho,
Do gosto, do cheiro, da emoção,
Daquilo que não se tem sozinho.

Que não dure muito essa solidão,
Pois quero novamente me arrepiar,
Quero o frio na barriga, a excitação.
Receber o que estou disposto a dar.

Que seja momentânea essa solidão,
Pois viver assim não é o bastante,
Quero sentir outra vez o calor da paixão,
Sentir a ansiedade, o peito ofegante.

Que não persista essa solidão,
Pois prefiro ter o sorriso no semblante,
Ter de volta à quem dar atenção,
Ser o amor, o amado e o amante.

Que seja temporária essa solidão,
Pois sinto falta de um abraço apertado,
Do toque suave que acelera o coração,
Do corpo ardente, do beijo molhado.

Que não seja eterna essa solidão,
Pois sinto falta do desejo abrasador,
Daquele sentimento maior que a razão,
Daquilo que representa o que é o amor.


                                         Fábio Bolba
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