O Tempo - Fábio Bolba


A tristeza toma meus pensamentos nos braços,
Guia a imaginação na velocidade da luz,
Viajando pela imensidão num curto espaço de tempo.
Tempo este, que deixa de existir
Quando a saudade me consome.

A cruel realidade puxa meu tapete mágico,
Me atirando num precipício obscuro,
Tornando o tempo massacrante.
Tempo este, que não passa
Quando a solidão me assola.

A ilusão torna as lembranças reais,
E de olhos fechados vejo a face da felicidade,
Posso sentir o cheiro, o sabor e esqueço do tempo,
Tempo este, que só aumenta a dor
Pois a saudade me sufoca.

A distância torna a vida um calvário,
Rouba as esperanças de minha alma sofrida,
Me joga na cara que qualquer recordação se vai com o tempo.
Tempo este, que só aumenta o sofrimento
Pois a solidão me atormenta.

A saudade diz que ela ainda está no coração,
E que ali ficará tatuada, eternamente,
Revivendo os momentos daquele tempo feliz.
Tempo este, que insiste em voltar
Quando a esperança me entorpece.

A solidão se tornou uma amiga íntima,
E prometeu jamais me abandonar,
Aconteça o que acontecer, passe o tempo que passar.
Mesmo que mate o tempo,
Mesmo que morra depois do fim dos tempos.



                          Fábio Bolba
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A cada recomeço - Fábio Bolba


Analisando o passado vivido,
Em velhas cartas de outrem a mim,
Reviro sonhos por tempo esquecidos,
Revivo amores que pareciam sem fim.

Mergulho nas lembranças da vida,
E nesse reencontro o tempo para,
Relembro cada regresso, cada partida,
Das feridas que só o tempo sara.

Rendo-me aos encantos da saudade,
No instante que a lágrima se forma no olhar,
E a chama de velhos amores me invade,
Quando cada epístola, começo folhear.

Recordo em minúcia cada sensação,
A ansiosa inquietude na forma de carinho,
O corpo que buscava o furor da paixão,
E dos amores que se perderam no caminho.

E de coração boêmio que tanto se envolveu,
Pude seguir, mesmo depois de cada tropeço,
Aprendi que o que a vida tirou, ela devolveu,
E generosa deu outra chance a cada recomeço.


                               Fábio Bolba
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Eu teria - Fábio Bolba


Eu a teria dado meu melhor na dificuldade.
Eu teria buscado forças nos confins.
Eu a teria revelado meu amor sem limites.
Eu teria esperado o mau humor passar.

Eu a teria segurado as mãos na aflição.
Eu teria mantido minha sanidade no desespero.
Eu a teria carregado nos braços no cansaço.
Eu teria superado meu orgulho próprio.

Eu a teria doado minha vida sem titubear.
Eu teria aprendido a arte da compreensão.
Eu a teria feito sorrir nos dias cinzentos.
Eu teria cuidado de cada momento seu.

Eu a teria aquecido nas madrugadas frias.
Eu teria encontrado a solução dos seus problemas.
Eu a teria dado suas rosas vermelhas preferidas.
Eu teria respeitado o silêncio de sua introspecção.

Eu a teria acompanhado nos piores instantes.
Eu teria festejado cada momento de sucesso.
Eu a teria protegido das maldades do mundo.
Eu teria feito o impossível se preciso fosse.

Eu a teria tatuado em minha alma e coração.
Eu teria soprado suas preocupações durante o sono.
Eu a teria descrito em românticos contos e versos.
Eu teria feito tudo em nome desse eterno amor.



                             Fábio Bolba
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Tua presença - Fábio Bolba



Ainda sinto nas batidas do meu coração,
O pulsar que sempre chama o mesmo nome,
Nas batidas que manifestam toda gratidão,
Por um sentimento que ainda me consome.

Ainda sinto o calor do afago de um abraço,
Que confortava o corpo e alimentava a alma,
Que por um momento me lançava ao espaço,
Mas, no mesmo segundo retomava a calma.

Ainda vejo a imagem refletida no olhar,
A ternura de um sorriso tímido, sorrateiro,
No olhar meigo que não temia se entregar,
Ao sentimento mais sincero e verdadeiro.

Ainda ouço as palavras soltas ao vento,
A brisa leve traz a fragrância da saudade,
Que tenta em vão iludir os pensamentos,
Suscitando sonhos antigos opostos a vontade.

Ainda lembro-me do silêncio que nos marcou,
No momento em que não se tinha o que falar,
No instante fascínio em que o tempo parou,
Para que nas asas da paixão pudéssemos vaguear.


Ainda trago comigo sentimentos que foram teus,

Lembranças felizes de uma linda história de amor,
Que fazem sentir mesmo depois do triste adeus,
A presença serena que ainda apazigua minha dor.


                                                 Fábio Bolba

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