Saudade - Fábio Bolba


Saudade, sentimento que consome,
Que faz sonhar mesmo estando acordado,
Repetir sem perceber o mesmo nome,
Lembrar em constância o feliz passado.

Sentimento que o brilho próprio ofusca,
Que torna o espírito tenso e pálido,
Fazendo da vida uma eterna busca,
Um desejo contínuo pelo beijo mais ávido.

Minha companheira das noites frias,
Que habita os sonhos e a realidade,
Emoção que justifica toda agonia,
Que descreve a exatidão do que é a felicidade.

Saudade que também assusta,
Angústia que não se pode controlar,
Sentimento que alto valor nos custa,
Num simples ensejo ou inocente balbuciar.

Um mosaico de sensações intensas,
Que ultrapassa os limites da razão,
Que faz da lembrança uma dor imensa,
E escancara a fragilidade de um coração.

Sensação que rege por tempos minha vida,
Que não permite viver toda sua intensidade,
Que seria pequena se pudesse ser medida,
E não seria amor se não fosse por tanta saudade.


                                                      Fábio Bolba
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O que sente não é amor - Fábio Bolba


O que sente não é amor,
É lembrança, apenas fascínio,
Uma necessidade quase egoísta,
De se apegar a um passado feliz.

Isso não é amor,
É saudade, apenas carência,
Falta de atenção de outrem,
De quem nunca será prioridade.

O que sente não é amor,
É pesar, apenas demagogia,
Tudo que viveu, foi tudo que perdeu,
E não se pode voltar atrás.

Isso não é amor,
É ilusão, apenas necessidade,
De elogios que te exaltavam,
De homenagens que inflavam o ego.

O que sente definitivamente não é amor,
É medo, apenas ressentimento,
Por perceber que perdeu quem te amava,
Que outra terá aquilo, que não pode mais ter.


                                       Fábio Bolba
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O sol não veio - Fábio Bolba


Hoje o sol não veio,
Mais um dia e a lacuna aberta,
Mas, lá fora está claro,
Todos podem sentir seu calor.
Mais uma vez o sol não veio,
E sinto um frio de paralisar,
Lá fora o azul do céu é mais intenso,
Aqui dentro é inverno de julho.
O dia lá fora está perfeito,
A vida segue seu curso natural,
Mas, o sol hoje não veio,
Falta algo em algum lugar.
Alguns correm e conversam pela orla,
Outros caminham pela areia,
Mas, aqui dentro está nublado,
Sinto as trevas invadir meu coração.
Ouço as gargalhadas nos bares,
Vejo as crianças brincarem na praça,
Mas, ouço os trovões que assustam,
Sinto o cansaço me dominar.
As ondas se quebram na praia,
Num maçante movimento regular,
O vento sopra para longe meus sonhos,
E a esperança que o acompanha, se esvai.
Mas, o sol não veio,
E espero pelo calor dos seus raios,
Anseio por seu afago ardente,
Desejo que tudo regresse a seu lugar.
O sol, mais uma vez, não veio,
Não, infelizmente ele não veio,
E não há como radiar qualquer luz,
Envolto a tantas nuvens de dor.
Espero que amanhã ele repareça,
E devolva o fulgor a minha vida,
A dor de sua ausência é insuportável,
Não existe viver, se não estiver aqui comigo.


                               Fábio Bolba
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