Estações - Fábio Bolba


De nada vale ser primavera,
Se não há aroma em tuas flores,
De que adianta sonho sem amores,
Se a vida é uma constante espera?

De nada vale ser verão,
Se não mais sinto teu calor,
De que adianta o rubor,
E a alma perdida na solidão?

De nada vale ser outono,
Se nada mais há que folhas caídas,
De que adianta haver outras saídas,
Se quero da vida um eterno sono?

De nada adianta ser inverno,
Se nada mais sinto além de frio,
De que adianta sentir arrepios,
Se mais pareço viver no inferno?

De nada adianta as estações,
Se no que vivo não há natureza,
De que adianta a vida ter beleza,
Se dela só restam efêmeras ilusões?



                                Fábio Bolba

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Soneto do Amor que tive - Fábio Bolba


Do amor que tive não restou saudade,
Algo do qual pudesse me orgulhar,
Vagueando em luxúrias e vaidade,
A verdade enfim, tive que encarar.

Da mentira insana ao mais cruel,
Cicatrizes reais de um falso amor,
E do manjar do Deuses ao agro fel,
Sem pesares, a mágoa, eu, e a dor.

Amor que machucou-me sem ferir,
E fez esmorecer, sangrar minh'alma,
Um dano tal que impede de seguir,
Um ônus que roubou a minha calma.

Nutrido duma angústia de quem vive,
Eis a história do Amor que um dia tive.



                                               Fábio Bolba
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