Migalhas - Fábio Bolba


Nas entrelinhas
Procuro indícios,
E em poucas palavras ditas,
Vejo resquícios de um sentimento...

O ensurdecedor silêncio,
Um desprezo humilhante,
Emudece o pobre coração,
Fazendo-o sangrar...

Solitário na penumbra diária,
Recolho os cacos do meu orgulho,
Desprezível e devotamente
Implorando por uma tréplica...

O silêncio quase absoluto,
Intercalado por espasmos raros,
Pequenos instantes de lucidez,
Que iludem os olhos cansados...

Migalhas de um sentimento,
Atiradas furtivamente aos ventos,
Mantendo-me cabisbaixo,
Aprisionado a esta solidão...


                              Fábio Bolba
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Queria tê-la conhecido antes - Fábio Bolba



Queria tê-la conhecido antes,
Há muito tempo atrás,
Bem antes de a vida nos ensinar,
Que o amor por vezes é fugaz.

Pena tê-la conhecido somente agora,
Com o coração calejado, tão sofredor,
Tão relutantemente amargurado,
Que só conheceu as dores do desamor.

Queria tê-la encontrado antes,
Quando ainda éramos aprendizes,
Quem sabe assim nenhum de nós,
Teria tantos medos ou cicatrizes.

Pena tê-la encontrado somente agora,
Com o coração tão viciado em ilusões,
Com a falsa imagem de que acreditar,
É o primeiro passo para futuras decepções.

Queria tê-la conhecido antes,
Bem no início de tua jornada,
Quando a inocência te fazia sonhar,
Em um dia viver um conto de fadas.

Pena tê-la conhecido somente agora,
Com tantas tristes histórias vividas,
Depois de tantas lágrimas derramadas,
Nas linhas da vida, escritas tão retorcidas.

Queria tê-la encontrado antes,
Antes que provasse qualquer dos dissabores,
E tê-la amado tanto e de tal forma,
Que não sofreria por falsos amores.

Pena tê-la encontrado somente agora,
Com a ferida da decepção ainda aberta,
Com tantas ressalvas em entregar-se,
Vendo na felicidade uma aposta incerta.

Queria tê-la conhecido antes,
Quando a vida não exigia coerência,
E, todavia ter estado ao teu lado,
Quando a vida cobrasse experiência.

Pena tê-la conhecido somente agora,
Depois de ter vivido tantos sofrimentos,
Queria tê-la conhecida em outra época,
Quando ainda não temia seus sentimentos.


                                                                        Fábio Bolba
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Destino - Fábio Bolba


Se meu destino é sonhar-te,
A ele entrego-me por inteiro,
E usando meu sopro derradeiro,
Nos confins hei de alcançar-te.

Seu meu destino é buscar-te,
A ele entrego-me sem cobrança,
E alimentando a esperança,
O meu amor hei de dar-te.

Seu meu destino é desejar-te,
A ele entrego minha vida,
Mesmo temendo a partida,
Ainda assim hei de provar-te.

Se meu destino é amar-te,
A ele entrego-me sem medo,
E mesmo sofrendo em segredo,
Em silêncio hei de esperar-te.


                            Fábio Bolba
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