Promessa - Fábio Bolba

Quando os olhos cansados se fecham,
E o sono eminente domina,
Subitamente sua imagem se forma,
É como se pedisse para sonhar contigo.
Mas a noite que fascina também assusta,
Tal qual a realidade infame que entristece,
Ah, se as paredes respondessem,
Se os braços ainda alcançassem.
Quanto mais próximo ao Sol penso estar,
Mais junto a Lua me encontro,
Os raios do Sol tocam suave a face,
O brilho do Luar apenas inspira os versos.
Ah, se as canções expressassem o clamor,
Se as poesias tivessem vontade própria.
Faço planos surpreendentes, infalíveis,
Faço mapas e rotas convergentes,
Para que o coração não erre a direção,
Para que os passos atalhem a jornada.
Mas, quando penso estar no caminho certo,
Que desta vez o olhar alcançará o horizonte,
Ledo engano, a precipitação se revela,
Tenho que repensar e recomeçar tudo outra vez.
Como se as palavras não tivessem sentido,
Não expressassem o sentimento pungente,
Mesmo quando repetidamente são proferidas,
Mesmo quando crêem que serão correspondidas.
Como o juramento de uma estrela que já não existe,
Mas que jamais perdeu seu lugar ou parou de brilhar,
Como as poesias de um autor já falecido,
Mas que ainda tocam o coração de quem às lê.
Assim é o amor incondicional que sinto,
Maior que o tempo, maior que a própria vida,
E por mais completa que seja qualquer promessa,
Nenhuma é maior que, ou mais forte,
Que a promessa de um dia te reencontrar.


                          Fábio Bolba

1 Comentário:

Nary Angel disse...

suspirei profundamente agora hihi... linda demais!

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