Pela última vez - Fábio Bolba


Que cada lembrança outrora eterna,
E cada momento dito perpétuo,
Se una aos ventos que sopram em minha face,
E levem consigo para distante dos meus olhos,
E do meu coração, tudo que um dia foi vivido,
Que pela última vez me lembre desse desamor,
Que de tão egoísta, tanto mal me fez.

Que cada palavra proferida ao longo do tempo,
E em verdade dita, avalizada pelo nobre bem querer,
Sucumba ao ensurdecedor silêncio da solidão,
Permitindo que meus ouvidos cansados de mentiras,
Encontre enfim a sinceridade, a tanto esperada,
Que pela última vez pronuncie o nome da dama,
Que astuta usou belas palavras, machucando sem sangrar.

Que cada lágrima de felicidade ou tristeza,
E cada emoção derramada por esse doloso afeto,
Se una as águas desse rio que molham meus pés,
E misturadas ao longo de seu curso tortuoso,
Depreciem o sentimento que as originou,
Que pela última vez lastime por aquela,
Que se deleitou com minhas lágrimas ao me ferir

Que cada sonho utópico de felizes para sempre,
E cada promessa infiel feita da boca para fora,
Se finde como a escuridão da noite sem luar,
Quando o romper do Sol desperta à realidade,
Onde todas as mentiras à fé juradas perecem,
Que pela última vez sonhe acordado,
Que meus olhos atentem às artimanhas de um falso amor.

Que cada recordação por mais diminuta que seja,
E cada prova palpável dessa decepção que vivi,
Seja sepultada nessa cova profunda do esquecimento,
E que meu coração aprenda e principalmente entenda,
Que viver só, é sempre melhor, que viver de desilusões,
Que pela última vez fale dessa história de desamor,
Que me fez concluir que amar quase sempre é sofrer.


                                               Fábio Bolba

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