Vou te contar das andanças que tive,
Dos caminhos por onde passei,
Das incertezas que um transeunte vive,
Do acalento dos braços que descansei.
De um tempo onde o futuro não se sonhava,
E o passado era apenas um passo recente,
Onde o agora era toda a vida, e isso bastava,
Onde viver é dádiva, por isso se chama: Presente!
Do sol a pino e das veredas sem fim no horizonte,
Do frio das noites em que no relento estive sozinho,
Da saudade em lágrimas que se vertiam em fontes,
De cada sorriso sincero que cruzei pelo caminho.
De um tempo em que sempre se rumava ao norte,
Sem receios de viver e se entregar a cada sentimento,
Tendo por única certeza da vida, a própria morte,
E a obrigação de fazer por merecer e valer cada momento.
De quando mais valia cada ensejo que a vida propunha,
Mesmo nos tropeços e dissabores que tanto faziam amadurecer,
De cada passo solitário, dos amores tendo a Lua por testemunha,
Da certeza que nem mesmo a morte tiraria as lembranças de viver.
Fábio Bolba