Fui fagulha ascendente em madeira seca,
Inflada pelo brando sopro de um ego,
Tendo elogios diversos por munição
E uma nobre promessa por pendência.
Fui a luz que encobriu a escuridão,
Fui o amor que desmereceu o ódio,
Fui o bem que invejou o mal,
Fui o certo que copiou o errado.
Fui da luz o fulgor que ardia em chamas,
Num mundo de negrume profundo,
Fui do amor o resplendor em demasias,
Quando mais valor tinha o rancor propagado.
Fui do bem o maior entre os bens terrenos,
O reflexo distorcido dos males e dessabores,
Fui da certeza a testemunha de sua persuasão,
O falso juízo desnudando a fraqueza humana.
Fui por fim labareda ilusória perdida em presunção,
Que em delírio viu ameaças em ares alheios,
Preferindo a exclusão, sucumbindo a um fim solitário,
Envolto a pérfida redoma da minha própria vaidade.
Fábio Bolba
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